O post de hoje é sobre amor. Sobre o amor que surge quando menos imaginamos e que vai embora no momento em que mais precisamos. O post de hoje é sobre amor.
Acho que nunca citei aqui no blog sobre isso antes, mas vim para o intercâmbio namorando. Pois é! Um erro, uma aventura, um desafio? Talvez nennhum ou quiçá todos.
Não vou negar... a princípio não queria. Sonhava em vir para os Estados Unidos e encontrar aqueles americanos de filme, sabe? O problema é que quando você se apaixona de verdade, sonhos mudam e aquela ansiedade em deixar seu país para ir em um intercâmbio se reduz: como que vou viajar agora que tudo está funcionando?
Vir para os Estados Unidos, porém, era um desejo maior do que eu. Não importava o quão triste eu estava em deixar minha família, amigos e meu namorado para trás, eu sabia que voltaria e que tudo estaria do mesmo jeito. Pois é, era o que eu esperava.
Cheguei em Portland, tudo novidade, experiências iguais a de filmes, amigos de todos os lados do mundo, americanos loiros, morenos, ruivos, altos, baixos, gordos e magros... A única coisa que sei é que eu já não me importava mais com eles. Fazer amizade, mas é claro, mas nada mais me passava pela cabeça.
Sabe o que é chegar em casa e ir correndo para o seu quarto para fazer Skype? Essa era eu, praticamente todos os dias louca para ouvir aquela voz e para ver aquele sorriso, nem que fosse por uma câmera com baixa resolução. O que importa é o contato, não?
Além de ser sortuda por ter alguém que se importava comigo, meu namorado também era um intercambista, mas no Canadá, o que por um lado facilitava o entendimento da situação intercâmbio. Pelo menos era o que eu imaginava. Mesmo fuso horário e mesma exposição a novidades e afins ajudava a tornar nossas conversas sempre cheias de assunto e sempre com o mesmo entusiasmo, sentimento.
O tempo passa e "wow, 6 meses se passaram e ainda estamos juntos!" - vibrava com essa ideia. Juro que cheguei a imaginar que a distância não estava atrapalhando, mas nos deixando mais próximos. Incrível.
Janeiro chegou e ele veio até Portland me visitar. Não acreditei quando o vi parado no hall da minha casa. Finalmente era ele em carne e osso e não somente uma imagem de computador. Durante esse tempo eu sorria aos quatro cantos. Às vezes me pegava sorrindo sem motivo, mas é claro que a razão tinha nome.
Só que essa visita coincidiu propositalmente com o final do intercâmbio dele no Canadá, já que o programa em que ele estava era de somente 6 meses. Estávamos firme e forte, mas a partir do momento em que ele pisou no Brasil, tudo mudou.
As conversas por mensagem se reduziram a uma vez por semana e as ligações por Skype, uma vez ao mês. "O que aconteceu?"- eu me perguntava, sem respostas. A culpa foi dada à distância e assim, do nada, de uma hora para a outra, ele decidiu dar um tempo.
Aquele sorriso que se mantinha constante me meu rosto foi embora. Meu entusiasmo com o intercâmbio foi trocado por uma ansiedade em voltar para o Brasil e para recuperar o que eu havia perdido. Triste, eu sei.
Duas semanas depois descubro algo pior... a única que estava realmente com saudades era eu. A única pessoa que realmente se preocupava com o namoro durante os seis meses anteriores, era eu. Até porque a partir do momento em que você cria um relacionamento com outra pessoa, as emoções são outras, os sentimentos são outros e a pessoa anterior é deixada para trás. Mas a mentira, a mentira é o que fica batucando na minha mente no momento.
Não tenho o objetivo de deixar o texto mais melancólico do que já está, até porque já me cansei disso. Tenho somente mais um mês aqui e me desculpe, mas ele não vai estragar esse pouco tempo precioso que tenho. A única coisa que concluo, é que o intercâmbio é realmente o momento em que você percebe quem é verdadeiro e quem não é.
Uma dica para os próximos intercambistas: não fiquem presos ao Brasil. Aproveitem cada segundo do seu intercâmbio e mesmo sendo difícil, aceite o fato de que durante o programa tudo pode acontecer e que é um momento único na sua vida. (: